Pequeno Dicionario de Umbanda
Abacé: Em alguns lugares faz menção às cozinheiras que produzem a comida do pai de santo. Entretanto, estas mulheres também são conhecidas por Ibassê na literatura. Abacé também pode ser entendido como chão que se pisa ou também, casa ou aldeia. No ponto cantado do Caboclo Pena Branca, Abacé se refere ao Terreiro e, portanto, saudamos o chão da nossa casa, no qual o Senhor Pena Branca pisa.
Amaci: Cerimônia na qual pratica-se o rito de lavagem do chacra coronário com elementos sagrados dos Orixás, incluindo ervas e bebidas específicas ao Orixá que rege a energética no médium submetido ao rito.
Iroko: É um Orixá que representa o tempo, o espaço e a ancestralidade. No Brasil está associado com a gameleira branca (Fícus doliaria M.), ou figueira branca. O verdadeiro Iroko africano (Chlorophora excelsa) é uma morácea conhecida na África como ero iroko. Como respeito e sinal de sua energia, é de costume amarrar um ojá (laço de tecido branco) em seu tronco. Se você encontrar um ojá em uma gameleira branca, já sabe que ali se respeita Iroko!
Obs: Não confundir com Irokun, uma cidade no Estado de Ogun, Nigéria.
Jacutá: No Brasil, em geral, se refere ao terreiro ou ao altar do terreiro. Pode ainda se referir a uma qualidade de Xangô, o atirador de pedras, ou ao próprio Xangô como uma encarnação de Jacutá, considerado a mão de Olorum (Deus) que pune.
Mojubá: É uma saudação respeitosa a Exu, originária da cultura Nagô. Na Umbanda utilizamos para nos dirigirmos com respeito ao Exus e Pombogiras e pode significar, entre outras traduções, "Exu eu te saúdo". Ao pé da letra, a tradução seria: Mo jubá = meus respeitos (em Iorubá). Traduzimos ainda, em uma compreensão mais ampla como "Mensageiros da Lei de Deus".
Ogunhê (Ogun-Yê): Etimologia - Ogum (Orixá) / Yê (Vive). Ogunhê é uma afirmação que indica a vitória das batalhas.
Ojá: Laço de tecido branco.
Patacori (Patakori): Etimologia: Pàtàkì (principal,importante, nobre, digno) / Ori (cabeça, coroa, destino). É uma afirmação de que Ogum é o Líder Supremo que conduz a vitória. Patacori também pode estar associado ao ato de Ogum cortar cabeças para fazer valer a Lei Divina.
Patuá: Atualmente o uso comum para a palavra patuá é para designar um amuleto feito de um pequeno pedaço de tecido ou couro e elementos magísticos para fins diversos, sendo o mais comum, o de proteção. Entretanto, este uso tem origem na expansão do islamismo no reino de Mali, cujos habitantes eram conhecidos por mandingas. Eles carregavam no peito uma pequena bolsa de couro, amarrada por um cordão, contendo as inscrições de trechos do Alcorão. Os negros de outras etnias denominavam esse objeto de patuá. Os mandingas negociavam escravos com os portugueses na África e nas Américas e eram temidos pelos negros escravizados. No Brasil, os negros que praticavam o culto aos Orixás eram vistos como infiéis pelos mandingas. Quando tentavam fugir das senzalas, usavam um patuá para se parecer com um mandinga e, eventualmente, facilitar a fuga. Entretanto, se fosse pego por um mandinga ou um capitão do mato e não soubesse citar o Alcorão em Árabe, seria agredido e trazido de volta, ou ainda, seria morto. Surge daí o dito: Quem não pode com mandinga, não carrega patuá.